Kária Santana
Juliana Almeira
Publicado originalmente no site do JORNAL DA CIDADE, em 27
de abril de 2020
TB Entrevista Juliana Almeida e Kátia Santana
Com a necessidade do isolamento social, muitos profissionais
têm usado as mídias “on-line” para trabalhar e se reinventar
Por Thaís Bezerra
Com a necessidade do isolamento social, muitos profissionais
têm usado as mídias “on-line” para trabalhar e se reinventar. As “lives”
(transmissões ao vivo) por exemplo, ganharam enorme espaço neste cenário e,
através delas, aprende-se, ensina-se, diverte- -se, gera-se conteúdo,
capacita-se, informa-se. Sensível e estratégica, a jornalista Katia Santana tem
usado o formato para tratar com profissionais a respeito de diversos temas. A
primeira ação teve a participação da professora-doutora e jornalista Juliana
Almeida. Lindas e competentes, elas esclarecemsobre a nova dinâmica de
informar, que tende a se alargar, ainda mais. Acompanhe!
THAIS BEZERRA – Que critérios você utilizou para identificar
a data, formato e participantes das Lives?
KATIA SANTANA – Tínhamos Planejado uma aula presencial sobre
a rotina do assessor de imprensa e a inclusão de novas mídias no processo de
comunicação, em parceria com o Sindicato dos Jornalistas e a 7Set Comunicação.
Foi quando começaram os números de casos de corona vírus edecidimos adequá-la,
transmitir o evento on-line. E ficou ainda melhor - praticamos com o público.
Contamos coma jornalista e professora-doutora em Sociologia, Juliana Almeida,
que abordou o jornalismo multiplataforma em tempos de pandemia e no segundo
momento, painel sobreo papel da imprensa no processo de construção social, com
a jornalista Fabiana Teixeira, especialista em Comunicação Empresarial e Media
Training e apresentadora da Rede TV. Foram dois shows de atualização e troca de
experiências.
TB – As lives têm sido ferramenta para interagir e comunicar
na quarentena. Quem tem as regras deste formato?
KATIA SANTANA - Ferramentas tecnológicas têm sido decisivas
no processo de reinvenção profissional. Para nós jornalistas, o home office foi
sempre uma realidade.Estamos expostos, corremos toda a sorte de risco. Neste
cenário, as regras, em tese, são nossas – trazemos ainformação real. A priori,
continuamos com as cartas em nossas mãos. Ética e intenções legítimas nos
respaldam.
JULIANA ALMEIDA - Vivemos um desafio. De repente temos de
lidar com o isolamento social, mas a sociedade precisa da informação. Todo
mundo a
produz, mas só o jornalista sabe reproduzi-la – o mais, é
fofoca. O bom é que o ambiente virtual é desterritorializado, portanto, não
temos barreiras
espaciais para acessar entrevistados para as diversas
pautas. Se já não imaginávamos a nossa vida sem a conexão com a internet, agora
ela se torna essencial para nos manter ‘próximos’ e informados.
TB - Que tipo de carência ou de estigma o jornalista
atravessa atualmente?
KATIA SANTANA – A nossa carreira sofreu grande impactonos últimos anos, potencializado pelo fechamento de
grandes veículos ou redução de quadros para minimizar as despesas. De maneira
assustadora, a nova realidade tem dado voz a setores que não desejam uma
sociedade bem informada e defendem a democracia caolha, aquela que não se
importa com a preservação de direitos e garantias da coletividade. É fato que
há intromissão - tentativas de deturpar, fabricar fatos e confundir a opinião públicatentam se parecer
com a imprensa, imitam o nosso cumprimento do dever. Mesmo com vida curta, fake
news podem ser desastrosas e as pessoas ainda as multiplicam sem refletir.
JULIANA ALMEIDA - É direito social do cidadão ser bem
informado sobre o que acontece ao seu redor. Como em qualquer outra profissão,
temos os desvios éticos. Isso é uma triste realidade porque há políticas de
comunicação e linhas editoriais que apadrinham determinadas ideologias e
favorecimentos econômicos. O jornalismo cumpre função social fundamental nas
sociedades democráticas e não podemos relativizar esta importância. O grande
questionamento hoje diz respeito ao trabalho multiplataforma, como as empresas
e os profissionais estão se adequando
às novas tecnologias e os impactos na audiência. É tempo de
se reinventar, não se faz mais jornalismo como há uma década.
Texto e imagens reproduzidos do site: jornaldacidade.net
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