Publicado originalmente no site do Portal Imprensa, em
21/12/2015.
Facebook e Twitter lançam ferramentas para facilitar o
trabalho de jornalistas
Por Gabriela Ferigato.
O Facebook e o Twitter andam praticamente em uma disputa –
saudável – para ganhar o amor e atenção dos jornalistas. Choveram lançamentos
em 2015 voltados para esse público. Em março, o Twitter lançou o Periscope,
aplicativo que faz transmissões em vídeo ao vivo. Cinco meses depois, a rede de
Zuckerberg expandiu a ferramenta Live, de mesma função, para profissionais de
mídia, antes disponível apenas para figuras públicas.
Mais recentemente, em setembro, o Facebook apresentou o
Signal, também no Instagram, onde jornalistas podem acompanhar as tendências e
os tópicos mais populares que circulam na rede. Dois meses depois, o microblog
divulgou o botão Moments, que traz uma lista de assuntos mais relevantes no
momento e organiza conteúdos em ícones específicos.
O menu de aplicativos é farto, basta escolher. “Acho que
essas funcionalidades facilitam o trabalho da mídia. O Facebook, assim como o
Twitter, Apple e Snapchat, perceberam que as notícias estão migrando para uma
distribuição não centralizada. Isso significa que estão sendo consumidas em
mais lugares e em formas nunca vistas. Com as iniciativas, eles tentam se
posicionar como um ponto central para a coleta e distribuição de notícias”, diz
Benjamin Mullin, jornalista e produtor de mídia no Instituto Poynter.
Muitos veículos de comunicação já adotaram em sua rotina
ferramentas das redes sociais. O Olhar Digital, por exemplo, passou a publicar
diariamente o “Olhar Digital News”, uma reportagem em vídeo curta com as
principais informações do dia. Com produção exclusiva para o Facebook, o
veículo obteve 34% de aumento no alcance médio diário entre janeiro e abril de
2015.
“Isso facilita o consumo de notícias para quem não quer sair
do Facebook para se informar. Além disso, o formato vídeo é mais convidativo
que o texto, o que aumenta as chances de engajamento do público [cresceu em 38%
entre janeiro e abril deste ano]”, ressalta Marcelo Gripa, editor-chefe do
Olhar Digital.
APROXIMAÇÃO.
De acordo com Mattheus Rocha, sócio-fundador e
diretor-executivo da agência Fizzy Marketing Digital e idealizador do projeto
Novo Jornalismo, o Facebook tem uma estratégia de negócios ambiciosa e fica
perceptível a sua vontade em deixar de ser apenas uma rede social para se
tornar um site de conteúdo social – e isso passa, segundo ele, por publicações
nativas.
“Dois fatos levam a crer que a estratégia tem surtido
efeito. Um é a popularização do Facebook Ads, sua plataforma de links
patrocinados e anúncios, que foi muito bem aceita pelos usuários e gera uma
enorme receita para a empresa. O outro é o estímulo à publicação de vídeos
hospedados diretamente no Facebook. Em outras palavras, ele não quer que seus
usuários saiam da rede social”, opina Rocha.
Seguindo esse raciocínio, o uso de vídeos nativos do
Facebook também é uma estratégia do Esporte Interativo desde outubro de 2015.
De acordo com Maurício Portela, vice-presidente de mídias digitais do veículo,
considerando toda a cadeia de produção, desde casting, equipe de redes sociais,
produtores, designers e editores, são mais de cinquenta pessoas envolvidas no
projeto. “O Esporte Interativo fechou o mês de junho com um impressionante
total de sessenta milhões de interações. Além disso, vemos o público do
Facebook cada vez mais próximo e conhecedor da nossa programação na TV.”
Ao mesmo tempo em que avalia com interesse todos os
lançamentos e novidades, Gripa também expõe a sua dose de cautela. “Se por um
lado o Facebook amplifica o conteúdo jornalístico, ampliando o alcance dos
veículos, por outro, concentra o mercado e enfraquece a influência comercial
das empresas de mídia. Sobre as ferramentas, acredito que, se bem usadas, podem
cortar caminhos nas reportagens e revelar possibilidades novas.”
O Moments, do Twitter, já aterrissou no Brasil, seu segundo
mercado logo após a estreia nos Estados Unidos, com a parceria de veículos de
comunicação, responsáveis pela maior parte do conteúdo. São eles:BuzzFeed, EGO,
Esporte Interativo, Estadão, “Fantástico”, G1, GloboEsporte.com, Gshow,
jornalismo da Band, Multishow, Rede Globo e Veja. Além disso, uma equipe com
formação em jornalismo organiza as narrativas a partir de tweets já publicados
– manualmente, sem uso de algoritmos.
“Nós estamos criando uma nova experiência de consumo para os
usuários do Twitter. O conteúdo já estava na plataforma, mas as pessoas tinham
que procurar por ele, seguindo contas específicas, buscando por hashtags ou
outros termos. Agora, os melhores vídeos, fotos e os tweets mais importantes
estão à distância de um clique”, disse Leonardo Stamillo, diretor editorial do
Twitter para a América Latina,durante apresentação do aplicativo.
Texto e imagem reproduzidos do site:
portalimprensa.com.br/revista_imprensa
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